
2023 Autor: Jake Johnson | [email protected]. Última modificação: 2023-05-24 23:13
O historiador, psicólogo e filósofo francês Michel Foucault (1926-1984) estudou as instituições sociais, dentre elas, a escola, como meio que o poder político tem para exercer a dominação, utilizando-se de muitos micropoderes. Por meio das instituições escolares (um desses pequenos poderes) diz Foucault, o poder controla o conhecimento e as crenças sociais, estabelecendo valores que garantem seu controle. Aqueles que não aceitam o que é dado como certo serão "punidos" com a reprovação dos sujeitos, pois não consolidam a ordem social que se pretende impor. Foucault não é contra o poder, natural nas relações sociais, ou seja, contra a influência que alguém pode exercer sobre outro, mas contra a dominação, que tira a liberdade. A escola deve exercer um poder orientador sobre os alunos, mas chegar à verdade a partir do questionamento e da crítica saudável de indivíduos livres.

Seus trabalhos com referência ao tema educacional são diversos, mas não exclusivos, por exemplo, “intelectuais e poder” ou “microfísica do poder”. Em “vigiar e punir” (1975), que na verdade tem o sistema prisional como tema central, ele nos conta que nas escolas o aluno é vigiado, encarcerado, examinado, distribuído em classes, hierarquizado em etapas, para torná-lo dócil e maleável, sendo assim um indivíduo que sairá para a vida, e especialmente para o mundo do trabalho comoobediente e disciplinado, para atender às demandas empresariais, que ficaram muito claras após as mudanças do século XVIII e o surgimento das fábricas. O professor também é controlado, pois deve cumprir um programa, estabelecido por outra instituição de poder. Ambos, professor e aluno, devem cumprir os comportamentos que deles se espera, homogeneizando-os, para não sofrerem consequências disciplinares.
Foucault reivindica espaços de liberdade de reflexão nas escolas, problematizando o presente. Seu pensamento foi essencial para o surgimento e consolidação da pedagogia crítica.